segunda-feira, dezembro 06, 2010

Brincando com as palavras

        Ao trabalhar-se a Língua Portuguesa precisamos perceber que ela é um dos principais instrumentos da comunicação verbal oral e escrita. Lembrar é bom, que há outros meios de comunicação entre os humanos: o não-verbal com uma gama imensa de formas.
A comunicação verbal, embora seja intrínseca ao homem precisa ser estimulada e orientada segundo o padrão vigente no grupo falante. Aqui entra o papel do mediador, aquele que vai ajudar no desenvolvimento do novo cidadão participante na sociedade em que está inserido. Este mediador é quem está em contato com esta pessoa desde a sua mais tenra existência, a mãe, a família, a vizinhança, a escola, o trabalho...
Como agentes educativos, pensa-se que quando trabalha-se com alunos de forma lúdica, misturando a fantasia com o jogo de palavras através das rimas, adivinhas, músicas, peças de teatro.. a criança compreende facilmente o conteúdo contextualizado.
 Paulo Freire conta de sua alfabetização desenvolvida em sua casa com seus pais, onde o material didático e as metodologias empregados surgiam do cotidiano de sua família. Aos seis anos, foi para a escola e com sua primeira professora, dona Eunice, aprimorou seus conhecimentos, emoções e sentimentos, pois uma verdadeira amizade nasceu e perdurou pelo resto de suas vida. Tomando esta experiência do grande educador Paulo Freire, pode-se trabalhar com observações sensibilizações e percepções com o ambiente que cerca o aluno. Partir por descobrir o próprio ser que é o aluno, pelos cinco sentidos, a visão (cores, e tudo o que se percebe com o olhar), a audição(ruídos altos, baixos, agudos, graves, agradáveis, desagradáveis, músicas...), o olfato(cheiros bons e não tão bons como o de alho, o de jasmim...) o paladar(com sabores, de limão, sal, açúcar, pimentas...), e o tato(toques, da mão,  abraço...,com texturas,lixa, seda, veludo, formas, redonda, estrelada, etc.), para depois introduzir às idéias e as  palavras e por fim a construção de textos, chegando assim, do interior para o exterior; conhecer-se para conhecer o que o rodeia. Ler é sentir o mundo. Para se estar no mundo precisa-se tomar conhecimento primeiro de si(ler-se) e partindo de si chegar-se aos outros textos e contextos.
Com isto, o aluno desenvolve-se e pode, então, usar as palavras adequadas para falar sobre si mesmo e suas descobertas. Ninguém pode dar aquilo que não tem. Da mesma forma não se pode escrever sobre o que não se conhece. Precisa-se propiciar fontes de conhecimento e experiências de vida. Isto é o necessário para se ter o que falar e escrever.
A forma culta da linguagem verbal, ensinada nas escolas é uma maneira de dominação geo-política de certa forma necessária para a preservação do lugar onde se nasce e se vive como nação, lar, pátria. Há outros seres humanos sempre cobiçando o que é de um grupo para si. Então, há de se cuidar. Além de que, em um grupo, para que haja comunicação, é necessário que o código, a língua, seja de domínio de todos os membros.
  A poesia deve ser bem trabalhada na escola, mas em casa, os pais também precisam fazer o tema de casa. Ou seja, eles podem ler mais com os filhos, inventar pequenas peças e encenar junto aos filhos e coleguinhas. O importante é ler, ler e envolvê-los no fascinante mundo da imaginação. Para tanto, vale usar os recursos disponíveis, pois nem sempre o que é sofisticado, moderno, de última geração é adequado e eficiente para produzir leitores. É apenas um outro jeito, um outro caminho.
   E assim vamos brincando com as palavras pronunciando as palavra do autor e relacionando com outro e mais outro. Em  cada texto poético nos identificamos na magia, cor, sabor que cada palavra tem. No ritmo da rima induzimos o outro ao movimento dos significados diversos para expressar sentimentos. Por isso que ao trabalhar de forma poética estamos automaticamente dando o aluno o poder e escolher com qual palavra quer brincar, ampliando vocabulário e percebendo a função que a linguagem exerce na comunicação.


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